Considerado um sacramento, o casamento na religião budista, é celebrado por um padre ou (Celebrante) no templo.
Sem perder a sua essência, é permitido o uso do tradicional vestido de noiva. Não são recomendáveis trajes da cor preta para noivos e padrinhos.
No altar onde se encontra a figura de Buda, só é permitida a presença do noivo, que fica ao lado esquerdo e a noiva, à direita, e dois (ou mais) padrinhos como testemunhas, permanecem atrás do casal ou de cada lado do altar, nunca atrás de Buda.
Os noivos entram e caminham juntos até o altar, seguidos pelos padrinhos, que têm a função de orientar e aconselhar os recém-casados durante a vida. Vários toques anunciam o início da cerimónia. Nos toques, todos fazem reverências a Buda.
No altar ficam dispostos uma jarra e um candelabro vazio. Os noivos deixam antecipadamente as flores (de preferência um maço de flores alegres, sem espinhos), e a vela vermelha sobre o altar.
Ao chegar ao altar, a noiva faz a oferta da flor, e o noivo, por sua vez, a oferta da vela acesa e assim inicia-se a cerimónia.
“As ofertas são para evocar Buda e seus ancestrais para que eles abençoem os noivos. No altar também fica uma caixinha de incenso em pó, levado pelo celebrante e que é aceso pelos noivos para evocar os seres iluminados”.
A batida do sino anuncia a leitura do sutra (poemas que contam a passagem do Buda pela terra) e, neste momento os convidados que estão a participar na cerimónia religiosa juntam as mãos, inclusive os padrinhos.Este gesto quer mostrar que o ato de juntar as mãos significaria a pessoa colocando a sua mão junto à mão do Buda.
Um dos rituais mais significantes dessa cerimónia é o san-san-kudo ou três-nove em português, que é mantido num bule. A bebida é servida em 3 chávenas, na maioria das vezes saquê, e cada um dos noivos têm de beber de cada uma das 3 chávenas, segurando-as com as duas mãos.
A celebrante derrama um pouco de saquê na primeira chávena e oferece-a à noiva, que toma o seu conteúdo; em seguida, a mesma chávena é oferecida ao noivo e assim por diante, até os dois tomarem 3 goles da mesma chávena, passando para a chávena seguinte (mais 3 goles) e depois para a última chávena, completando 9 goles cada um.
Este ritual remete às três jóias na religião: Buda, aquele que está desperto; Dharma, o caminho da compreensão e do amor, e Sangha, a comunidade que vive em consciência e harmonia.
Para cada tacinha, um significado:
1- O Pinheiro, que permanece sempre verde em todas as estações. É a juventude, a força, a vida.
2- O Bambu, que é flexível. Ele dobra-se, mas não se parte.
3- A Flor da Ameixeira, porque é a primeira flor a desabrochar. Abre mesmo quando ainda há neve. Representa a beleza e a coragem.
A etapa seguinte são os votos, elaborados com antecedência pelos próprios noivos e lidos pelos dois, em conjunto, na cerimónia.
Em seguida, os noivos e padrinhos assinam o livro e o celebrante abençoa as alianças. Os noivos colocam as alianças.
Outro momento importante é quando o celebrante entrega os rosários de 108 contas aos noivos e os coloca na mão esquerda de cada um. São 108 portais para a iluminação. Cada obstáculo é um portal a ser superado.
No final da celebração, todos os presentes fazem um minuto de silêncio e mentalizam a harmonia e felicidade dos noivos.
Comentários
inicie sessão para deixar um comentário...
Ainda não existem comentários... seja a(o) primeira(o)!
Artigos Relacionados